Rosimeri Vieira Bujes
Profº Luciana Ferreira
Curso Pedagogia EAD/ULBRA
Módulo 9
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar e delinear a importância da reflexão sobre a prática pedagógica e o repensar da prática docente, para, assim buscar, um bom nível de ensino, com qualidade, comprometimento e desenvolvimento da aprendizagem para a formação do aluno, buscando uma atenção especial, partindo do pressuposto de que é necessário construir conhecimentos e estruturar a área da educação.
Além disso, procurou-se refletir sobre a realidade de inovações que exige do educando e do educador novas competências para entender constantes modificações da sociedade na atual perspectiva de vida.
Palavras-chaves: educação; prática; reflexão.
1. INTRODUÇÃO
A educação é a mola mestra para o crescimento de todo e qualquer ser humano. É condição essencial ao exercício da competitividade e da cidadania.
Todavia, não se pode apenas consumir cultura, temos que assumi-la, para que a educação, não seja apenas um objeto da relação aluno/professor, mas um meio que permita que o aluno dialogue com o seu meio ambiente. Para isso, é preciso definir o papel da escola e, assim, adequá-la ao novo padrão de desenvolvimento cultural.
A sala de aula tornou-se lugar de grandes emoções e muitas alegrias, sendo um espaço afetivo, harmonioso e cativante. No entanto, para que esse sentimento aflore, é necessário integrar professor e o aluno num universo subjetivo, como sujeitos da educação.
A sala de aula é considerada um importante espaço positivo para o processo de alfabetização e aprendizagem múltiplas, além de ser um local onde é possível viver cada dia, sendo que cada dia é único. A aprendizagem é um processo contínuo. Nesse processo, o aluno recebe novas bagagens de conhecimento.
O processo de aprendizagem, no entanto, depende da maturação, ou seja, do envolvimento e do interesse de cada indivíduo. Com o objetivo de levar o aluno à apropriação do conhecimento, com a liberdade de pensamento, é necessário entender que a aprendizagem acontece por meio de estímulos. Assim, pode-se afirmar que um conjunto de saberes são elaborações de trabalhos e atividades que resgatam a identidade de cada integrante da sala.
É de fundamental importância a da estrutura física da sala de aula, como, por exemplo, uma boa iluminação, um amplo ambiente, ventilação, material didático, livros, móveis adequados, higiene, alimentação, exposições dos trabalhos dos alunos, brincadeiras educativas, trabalhos com o lúdico, teatro e músicas. Tais requisitos, tornará o ambiente mais confortável, aconchegante e colorido, cativando o aluno e facilitando, de forma adequada, no momento de sua aprendizagem, uma vez que, com tais recursos, o aluno se sentirá inserido no ambiente escolar.
Dessa forma, é necessário que a aprendizagem ocorra de forma provocante e significativa, atingindo o âmbito emocional do aluno. Esse método dará capacidade ao aluno, pois apresenta um alto índice de eficiência. O caminho inverso impediria a aprendizagem natural do educando.
É imprescindível que o professor saiba que as reações emocionais do aluno são reflexos de suas atitudes como educador que enfrenta desafios, surgidos ao longo de sua prática docente.
2. REPENSAR A PRÁTICA DOCENTE
É de fundamental importância para a abordagem de conteúdos que contemplem tanto os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, como os que ampliem os assuntos conceituais, que englobem procedimentos e atitudes, além de enfatizar posturas e valores, desenvolvendo uma cultura de cidadania, conhecimento científico e melhoria do bem viver global.
Nas atividades cotidianas do docente, confundem-se, algumas vezes, significados dos conceitos com fatos. No entanto, fatos são informações restritas e pontuais e conceitos são representados por palavras, que tem significado específico, no momento em que ouvimos e produzimos uma imagem mental.
Os parâmetros curriculares nacionais propõem mudanças, do seu ponto de vista, e relaciona a demanda dos conteúdos curriculares, para que os alunos desenvolvam as capacidades que lhes permitam dar origem a gozar dos bens culturais, sociais e econômicos, o que significa que os conteúdos não devem ser trabalhados unicamente como o meio, mas como o fim em si mesmo.
Assim, a prática docente deve estar em constante avaliação e, automaticamente, em processo de construção e reconstrução, sendo que é de vital importância sua reavaliação diária, a fim de desenvolver uma proposta de trabalho que propicie um entendimento e um planejamento que medie ou considere o pensar pedagógico, para assegurar uma aprendizagem significativa para o aluno, sem a preocupação tão somente com conceitos e com habilidades subjetivas, mas com objetivos que facultem a progressão de atitudes. Mas, para que tudo isso dê certo, é de fundamental uma correta atuação por parte do docente. Muitos docentes recebem mal esta sugestão, porque continuam apegados ao estilo tradicional de “ensinar”, “instruir”, “treinar”. Apesar de todas as agruras dos professores - que são inúmeras, e algumas inaceitáveis - em geral eles gostam de dar aula. A definição mais corriqueira de professor é dar aula. Freqüentemente ouço que aula é “cachaça”, a ponto de não importar muito o que se paga por ela. Alguns professores, ocupados em suas profissões específicas, aparecem na escola só para dar aula, e vêem nisso um jeito atraente de continuarem vinculados ao contato com estudantes. Alguns são “horistas”, no sentido de que dão uma ou outra aula, como atividade lateral, eventual; outros vivem disso, dando aula em vários lugares, para ganharem melhor. Em sentido bem concreto, aula é xodó de professor. Ele gosta de aula, em geral, muito mais que os alunos.
Entretanto, na dinâmica dos novos tempos marcados por novas tecnologias e novos ambientes de aprendizagem, aula está se esvaindo, porque corresponde a um gesto completamente obsoleto: transmitir conhecimento, conforme a carga curricular.
Na percepção de todos os grandes educadores, como Sócrates, Piaget, Vygotsky, conhecimento não se transmite. Se constrói, desconstrói e reconstrói. O que se transmite é informação digitalizada. Esta pode ser gravada, armazenada, guardada, enviada, em sua condição de sintaxe. Já conhecimento, como dinâmica semântica, existe na e como dinâmica desconstrutiva e reconstrutiva. Podemos, então, visualizar a aula ou como expediente de transmissão - aí não faz mais que lidar com informação disponível - ou como expediente de reconstrução de conhecimento - aí é tipicamente dispositivo auxiliar, cujo sentido é promover a construção de conhecimento, não sua substituição.
O educador deve tomar atitudes que produzam conscientização por parte do educando e docente, pois a aprendizagem de qualquer conteúdo atitudinal depende da postura do professor e, pode criar momentos agradáveis e vínculos afetivos entre os dois.
Segundo Luca (2007, p.72): “Diante de tudo isso, resta-nos considerar os conteúdos atitudinais em nosso plano de aula e também no nosso fazer professor”.
Contudo, os conteúdos atitudinais são atribuídos também aos valores e sentimentos que os alunos concedem a certos fatos, tendo atitude de solidariedade, respeito, amor ao próximo entre outros.Deste modo, afirma-se que o repensar da prática docente facilitará a compreensão da atuação do professor em todos os sentidos.
3 CONCLUSÃO
A concepção da aprendizagem exaustivamente disseminada nos dias de hoje ressalta o quão importante são as interações entre sujeitos e objetos para aprendizagem. Seguindo tal perspectiva, destaca a pedagogia interativa, uma proposta de valorização do papel do professor como mediador de novas e recorrentes interações e encorajador da rede de conhecimentos que os alunos constroem e do desenvolvimento de novas competências comunicativas.
Apesar dos discursos inquietantes e iniciativas mobilizadas, assistimos a uma situação extremamente paradoxal: enquanto as crianças interagem com mais informações audiovisuais e meios eletrônicos do que com mídia impressa, vivendo em mundo permeado pelas novas tecnologias, seus professores foram formados para ministrar em ensino baseado em técnicas pedagógicas, conteúdos e materiais convencionais. Muitos educadores acabam apenas reproduzindo os modelos tradicionais de ensino. Mesmo com diretrizes gerais voltadas á atualização profissional de professor e à renovação do setor educacional. Pois o preparo dos docentes brasileiros para a utilização de mídias e objetos digitais como materiais didático-pedagógico ainda deixam muito a desejar.
Dessa maneira a reflexão da prática pedagógica seria lançar fatos e conhecimentos que se referem a princípios e conceitos da realidade do saber-fazer. Refletir sobre as técnicas, as destrezas, as atitudes e os sentimentos como valores que farão com que o aluno atribua normas, regras, comportamentos e atitudes adequados.
Com esse conjunto de conceitos, regras e conhecimentos, caberia a cada um criar, após contato com diversas informações sobre determinado assunto, o próprio conceito de acordo com a sua vivência de mundo.
O professor vai levantar hipóteses e chegará a algumas conclusões e formará seus conceitos. Desta forma, conclui-se que o importante não é o assunto, nem o tema, mas possuir um método, que permita através dos conceitos, mudarem as atitudes.
4. REFERÊNCIAS
Luca, Anelise Grunfeld de Metodologia e conteúdos Básicos de Ciências Naturais. Indaial. Asselvi, 2007.
Leontiev, Luria. - Psicologia e Pedagogia. Lisboa, Estampa, 1977.
VyGOTSKY, Leontiev, Luria. - Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 1988.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de Janeiro, Olympio – Unesco, 1973.
Alava, Seraphin ET alli. Ciberespaço e formações abertas: rumo as novas práticas educacionais, Porto Alegre: Artmed, 2002.